14/01/2009

Se eu fosse Você 2 é melhor do que o primeiro

Morro de preguiça de assistir filmes da Globo Filmes com atores da novela das oito nove. Para mim, estes filmes não passam de um capítulo de novela com duas horas de duração (que tortura, meu Deus!). Quando assisti "Se Eu Fosse Você", o primeiro, fiquei horrorizada com o que eu vi. Todo mundo já assistiu Switch - Trocaram Meu Sexo, Sexta-Feira Muito Louca e diversos outros filmes norte-americanos sobre trocas de corpos.

O primeiro "Se eu fosse você" não passou de um roteiro americano interpretado por atores brasileiros. Tony Ramos e Glória Pires, marido e mulher, trocam de corpo depois da queda de um raio. Tinha tudo para divertir, mas as situações não convenceram.

O filme era besta.O que esperar então da sequência? Algo pior? Aí que me enganei. O segundo filme está longe de ter uma bela história, mas está há anos-luz de seu antecessor. O roteiro está mais convicente (créditos à roteirista Adriana Falcão) e os personagens não se limitam aos compromissos do seu conjuge trocado. Nesta sequência há uma maior reflexão sobre os papéis do homem e da mulher na criação dos filhos e na vida amorosa/sexual. Ao contrário do primeiro filme, aqui, acontece uma verdadeira (e engraçadíssima) "Guerra dos Sexos".

No primeiro filme, o objetivo do Tony Ramos na pele de sua mulher Helena, era ensaiar o coral da escola e o objetivo da Glória Pires, no corpo do seu marido, Cláudio, era criar uma importante campanha publicitária. Na parte 2, o casal tem que lidar com problemas maiores: o pedido de divórcio ao mesmo tempo em que a filha adolescente revela que está grávida e vai se casar com o namorado.

Os diálogos e as situações são engraçadas. Por exemplo, antes de trocarem de corpos, o casal discutia com seus advogados sobre a divisão dos bens e o advogado da Helena começa a pedir casa, participação dos lucros da agência de publicidade do Cláudio fora uma pensão milionária. Pedido que o marido julgou absurdo. Quando eles retomam a discussão sobre os bens, já estão com os corpos trocados. Aí o Cláudio trocado começa a dizer que gostaria muito de dar tudo o que ele tem para a ex-esposa, enquanto que Helena trocada responde dizendo que ela abusou dele durante todos os anos e queria abrir mão dos bens.

Falhas do roteiro: Helena vira "patricinha" quando está no corpo da Cláudio, cheio de frescuras e "nhen nhen nhens", sendo que ela, antes de troca, era uma mulher sem ''afetamentos''. Além disso, o conflito entre pais e filhos é bem simplório.

Tiro bem dado: Chico Anysio e Maria Luisa Mendonça como o casal rico estão impagáveis. Os diálogos, como um todo, foram bem elaborados.

De uma escala de 0 a 10, leva 6, pela melhora do roteiro e pela dupla de ataque Tony Pires e Glória Ramos (como estão creditados no filme), mais afinados do que nunca. Além disso, Tony depila as costas horrorosas que ele tem. Isso sim é melhora.



Eu falei com você que o menino não era virgem?

Um comentário:

Fernanda Fiuza disse...

Ah, Rafaella, acho que você está deixando seu preconceito conta a Globo e cia influenciar demais. Toni Ramos e Glória Pires são um dos melhores casais de atores do Brasil, e já que você tem tanta preguiça de novela, poderia ter conferido algumas peças de teatro que ambos fizeram, ou lembrar alguns casos especiais e minisséries da própria globo que fugiram do padrão de novela e beiraram o aceitável...
Se eu fosse você é um filme comercialzinho, função: entretenimento, despretencioso...Vou aplicar aqui uma regrinha básica de metodologia do Design: Se cumpre a função, se atende ao público e dá lucro, então é um bom produto, mesmo que não seja inovador e não ganhe prêmios internacionais, nem figure em museus de arte. Acho que não merece nem tanta avaliação, nem tanta crítica... Vamos falar de filmes de arte?