O primeiro "Se eu fosse você" não passou de um roteiro americano interpretado por atores brasileiros. Tony Ramos e Glória Pires, marido e mulher, trocam de corpo depois da queda de um raio. Tinha tudo para divertir, mas as situações não convenceram.
O filme era besta.O que esperar então da sequência? Algo pior? Aí que me enganei. O segundo filme está longe de ter uma bela história, mas está há anos-luz de seu antecessor. O roteiro está mais convicente (créditos à roteirista Adriana Falcão) e os personagens não se limitam aos compromissos do seu conjuge trocado. Nesta sequência há uma maior reflexão sobre os papéis do homem e da mulher na criação dos filhos e na vida amorosa/sexual. Ao contrário do primeiro filme, aqui, acontece uma verdadeira (e engraçadíssima) "Guerra dos Sexos".
No primeiro filme, o objetivo do Tony Ramos na pele de sua mulher Helena, era ensaiar o coral da escola e o objetivo da Glória Pires, no corpo do seu marido, Cláudio, era criar uma importante campanha publicitária. Na parte 2, o casal tem que lidar com problemas maiores: o pedido de divórcio ao mesmo tempo em que a filha adolescente revela que está grávida e vai se casar com o namorado.
Os diálogos e as situações são engraçadas. Por exemplo, antes de trocarem de corpos, o casal discutia com seus advogados sobre a divisão dos bens e o advogado da Helena começa a pedir casa, participação dos lucros da agência de publicidade do Cláudio fora uma pensão milionária. Pedido que o marido julgou absurdo. Quando eles retomam a discussão sobre os bens, já estão com os corpos trocados. Aí o Cláudio trocado começa a dizer que gostaria muito de dar tudo o que ele tem para a ex-esposa, enquanto que Helena trocada responde dizendo que ela abusou dele durante todos os anos e queria abrir mão dos bens.
Falhas do roteiro: Helena vira "patricinha" quando está no corpo da Cláudio, cheio de frescuras e "nhen nhen nhens", sendo que ela, antes de troca, era uma mulher sem ''afetamentos''. Além disso, o conflito entre pais e filhos é bem simplório.
Tiro bem dado: Chico Anysio e Maria Luisa Mendonça como o casal rico estão impagáveis. Os diálogos, como um todo, foram bem elaborados.
De uma escala de 0 a 10, leva 6, pela melhora do roteiro e pela dupla de ataque Tony Pires e Glória Ramos (como estão creditados no filme), mais afinados do que nunca. Além disso, Tony depila as costas horrorosas que ele tem. Isso sim é melhora.
Eu falei com você que o menino não era virgem?
Um comentário:
Ah, Rafaella, acho que você está deixando seu preconceito conta a Globo e cia influenciar demais. Toni Ramos e Glória Pires são um dos melhores casais de atores do Brasil, e já que você tem tanta preguiça de novela, poderia ter conferido algumas peças de teatro que ambos fizeram, ou lembrar alguns casos especiais e minisséries da própria globo que fugiram do padrão de novela e beiraram o aceitável...
Se eu fosse você é um filme comercialzinho, função: entretenimento, despretencioso...Vou aplicar aqui uma regrinha básica de metodologia do Design: Se cumpre a função, se atende ao público e dá lucro, então é um bom produto, mesmo que não seja inovador e não ganhe prêmios internacionais, nem figure em museus de arte. Acho que não merece nem tanta avaliação, nem tanta crítica... Vamos falar de filmes de arte?
Postar um comentário