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31/12/2009

100 filmes da década para assistir antes de morrer PARTE I

A década nova só começa em 2011, mas todo mundo – por algum motivo – está antecipando essas listas dos melhores, né?

O cinema da primeira década do século XXI não trouxe muita coisa nova. Por exemplo, os últimos efeitos especiais que nos fizeram babar realmente foram os de Matrix (1999). De lá para cá, nada nos chamou uma real atenção. Talvez, a grande surpresa da última década foi o relativo sucesso do cinema nacional. Vale salientar, também, um boom dos filmes de animação, destinados ás crianças, mas que cativaram muitos adultos.

Mesmo assim, ótimos filmes foram produzidos ao longo desses dez anos. Danielle Luciano, Fábio Roccini, Gabriel Felipe e eu, Rafaela Freitas, preparamos uma singela lista dos 100 filmes da década que todos devem assistir antes de morrer. Não iremos numerar a lista, pois a ideia aqui não era criar um ranking.
  •  Avatar (EUA, 2009. Direção e roteiro: James Cameron)

Avatar quase não entrou na nossa lista, mas foi salvo pelo nosso dead line atrasado. A história é legal, mas o que está em jogo no novo filme de James Cameron são os efeitos especiais. O filme, que foi rodado com câmeras especialmente desenvolvidas para essa produção, pode ser assistido em 2D e 3D.
  • A série Harry Potter, Crepúsculo e Lua Nova (2001-2009)
Podem falar mal, achar chato e/ou bobo. Uma coisa é ter sucesso, outra é ser fenômeno. Harry Potter e a saga vampiresca lotam salas de cinema de crianças e adolescentes descontrolados e inflamam o mercado editorial, já que são baseados em best-sellers.
  • A trilogia d’O senhor dos anéis (EUA, 2001, 2002,2003. Roteiro: baseado no livro de J.R.R. Tolkien. Direção: Peter Jackson)
Também baseados em Best-seller, os três filmes lotaram os cinemas de crianças, adolescentes e adultos igualmente descontrolados.


  • Filmes de animação como A fuga das galinhas, Madagascar, Shrek, A Era do Gelo.





  • Lembrando que A Era do Gelo 3 foi o filme mais visto no Brasil em 2009.
    Falando em Brasil, o cinema nacional nunca esteve tanto em evidência quanto agora. Principalmente quando o assunto é violência- favela- Rio de Janeiro.



  • Cidade de Deus (Brasil, 2002, Roteiro: Bráulio Mantovani e adaptação do livro de Paulo Lins. Direção: Fernando Meirelles e Kátia Lund).  


  • Eis que um filme sobre o processo de favelização do Rio de Janeiro vira um videoclipe de duas horas e ganha, merecidamente, status de arte. “Sua? A boca é nossa!”

    César Charlone/ Divulgação




  • Tropa de Elite (Brasil, 2007, Roteiro: Rodrigo Pimentel, Bráulio Mantovani e José Padilha. Direção José Padilha)


  • “Pede para sair, zero dois”, “faca na caveira”, “bota na conta do papa”, “ganhou não, filha da puta; perdeu!” e tantas outras frases ditas pelo Capitão Nascimento e demais soldados do BOPE farão parte de nossas vidas para todo o sempre.

    David Prichard /Divulgação


    A última década deu destaque à boa safra de atores e diretores nacionais.Outros bons filmes nacionais que você deve assistir antes de morrer:: Abril despedaçado, Lavoura arcaica, O homem do ano, Amarelo Manga, O auto da compadecida, O Cheiro do Ralo, O ano em que meus pais saíram de férias, Lisbela e o Prisioneiro, Cidade Baixa, Carandiru e O invasor



    A narrativa não-linear (quando o enredo não possui sequências cronológica, espacial e psicológica... “lógicas”) foi um recurso muito usado e abusado pelos cineastas do século XXI - muito provavelmente inspirados no grande Orson Welles (Cidadão Kane, 1941) e no cinema pop de Quentin Tarantino (Cães de Aluguel e Pulp Fiction, nos anos de 1990).
    No já citado Cidade de Deus, Fernando Meirelles e Kátia Lund lançaram mão da narrativa não-linear. Três anos depois, Meirelles reutilizou o recurso no seu belíssimo filme norte-americano O Jardineiro Fiel (EUA, 2005, direção: Fernando Meirelles. Roteiro: Jeffrey Caine e John Le Carré).
    Outros filmes não-lineares que você deve assistir antes de morrer
    • Efeito Borboleta (EUA, 2004. Roteiro e Direção: Eric Bress e J. Mackye Gruber)
    Tão não-linear como os princípios da Teoria do Caos que basearam o seu roteiro. Estrelado por Ashton Kutcher, Efeito Borboleta virou filme cult, conquistou milhares de fãs e abriu espaço para discussões filosóficas. Pegando carona no sucesso do primeiro, outros dois filmes da série foram produzidos. Mas para manter a aura da obra-prima que foi o primeiro, não indicamos os dois últimos filmes nem para os nossos piores inimigos.
    • Kill Bill 1 e 2 (EUA, 2003 e 2004. Roteiro e direção: Quentin Tarantino)

     Orson Welles deu os limões, Quentin Tarantino fez limonada e caipirinha. Depois da série Kill Bill, Tarantino se transformou em referência estética da cultura pop e será execrado caso faça um filme apenas “bom”. Kill Bill 3 vem ai, em 2014 e aguardaremos o seu nome na lista dos melhores filmes a ser publicada aqui, em 2019.


  • Donnie Darko (EUA, 2001. Roteiro e direção: Richard Kelly)



  • Segredo para ser um cult: filme com baixo orçamento que conta uma história insana. Taí, Donnie Darko, pessoal!



  • 21 gramas (EUA, 2003. Roteiro: Guillermo Arriaga. Direção: Alejandro González-Iñárritu) e Babel (EUA, 2003. Roteiro: Guillermo Arriaga. Direção: Alejandro González-Iñárritu)



  • Nesses dois filmes, Arriaga e González-Iñárritu fazem historinhas diferentes se entrelaçarem. Assim como fez em “Amores Brutos”, que iremos citar na próxima lista a ser publicada por aqui.

    • Crash – No Limite (EUA, 2005. Roteiro: Paul Haggis e Robert Moresco. Direção: Paul Haggis)
    Outro filme de histórias e vidas se cruzando. Bateu o favorito O Segredo de Brokeback Mountain e venceu o Oscar de melhor filme em 2006.
    • Adaptação (EUA, 2002. Roteiro: Charlie Kaufman, baseado no livro de Susan Orlean. Direção: Spike Jonze)
    O filme conta a história fictícia de um personagem real: do roteirista do próprio filme, Charlie Kaufman.
    • Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (EUA, 2004. Roteiro: Charlie Kaufman Direção: Michel Gondry)

    Outro filme com roteiro de Charlie Kaufman – mas dessa sem contar a sua história. Jim Carey está no filme e, pela primeira vez, sem fazer papel de bobo.

    Menções honrosas: Ainda no final do século passado, em 2000, Christopher Nolan dirigiu o sensacional Amnésia, filme contato de trás para frente. Em 2002, outro filme que seguiu a mesma ideia foi francês Irreversível que será citado na parte dois desta lista.


    TO BE CONTINUED...


    20/12/2009

    Brittany Murphy morreu, diz TMZ

    O site de fofocas TMZ matou a atriz Brittany Murphy. E se tem uma fonte super segura quando se trata de morte de celebridades, é o TMZ, que furou a CNN e matando Michael Jackson primeiro. A atriz, que tinha 32 anos, teria sofrido uma parada cardíaca. De acordo com o TMZ, o 911 recebeu o pedido de socorro às 8h, no horário local de Los Angeles (EUA). Brittany foi encontra insconsciente, debaixo do chuveiro, pela mãe dela. A atriz foi levada ao hospital, onde foi declarada morta.




    Curiosamente, há menos de um mês, o marido de Brittany Murphy, o roteirista Simon Monjack, foi atendido pelo 911 quando passava mal em um Aeroporto de Los Angeles. Ele teria sofrido uma parada respiratória. O site TMZ divulgou o áudio da ligação.

    Brittany Murphy começou sua carreira no seriado Blossom, mas ficou famosa pelo papel da ingênua Tai, em "As patricinhas de Bervely Hills". Ela também fez parte do elenco de "Garota Interrompida", "8 Mile", "Recém-Casados", "Grande Menina, Pequena Mulher" e "Sin City".
    O seu último trabalho foi o ainda inédito "Os mercenários", filme com Stallone e Schwarzenegger que estreia em 2010 e também conta com a participação da atriz mexicana, radicada no Brasil, Gisele Itié.

    16/12/2009

    Já saiu o trailer de "Alice no País das Maravilhas"

    A Disney divulgou hoje mais um trailer do novo filme do Tim Burton, "Alice no país das maravilhas".

    Com Johnny Depp e Anne Hathaway, o filme tem estreia marcada para 5 de março de 2010, nos EUA e 16 de abril, no Brasil. O papel principal ficou para a atriz Mia Wasikowsk, após Frances Bean Cobain (filha de Kurt e Courtney Love) recusou o papel oferecido por Burton.

    Enquanto abril não chega, vamos de trailer, folks.

    20/11/2009

    RIP, Herbert Richers!

    Morreu Herbert Richers. O responsável pela dublagem dos nossos desenhos e filmes favoritos. Quem, que quando criança, nunca arriscou seu inglês repetindo “versão brasileira Herbert Richers”?


    07/08/2009

    O padrinho da "Sessão da Tarde" morreu! 2

    Ainda lamentando a perda, prestaremos uma singela homenagem ao padrinho da "Sessão da Tarde". Iremos eleger algumas das melhores cenas (na minha também singela opinião) de filmes do John Hughes!

    5- Povo louco de maconha, dançando na escola, em Clube dos Cinco



    4- Pobre Tia Edna, em Férias Frustradas<




    3- Beatles by Ferris Bueller em Curtindo a Vida Adoidado



    2- Fique com o troco, seu animal! Em Esqueceram de Mim




    1- O primeiro lugar, vocês escolhem. Qual é a melhor cena de filmes do John Hughes?

    O padrinho da "Sessão da Tarde" morreu!

    Morreu John Hughes! Morreu o diretor dos clássicos filmes adolescentes da década de 1980! Morreu um dos criadores de ícones da cultura pop! Morreu o pai do Farris! Morreu o padrinho da Sessão da Tarde! Com ele, morre um pedacinho de cada um de nós, pobres jovens, órfãos do diretor John Hughes. Ó céus! Ó vida! Ó infortúnio!

    Rip, Hughes!

    Se chegou aqui se fazendo a triste pergunta "quem diabos é/era John Hughes?", eu conto. Ele foi diretor e roteirista de filmes como: Clube dos Cinco, Gatinhas e Gatões, Curtindo a Vida Adoidado, Mulher Nota 1000 e A Malandrinha...

    Foi roteirista e produtor de tantos outros filmes, entre eles: Esqueceram de Mim, Férias Frustradas, 101 Dálmatas, Denis o Pimentinha, Beethoven, Milagre da Rua 24...

    Agora, me fala, é ou não para ficar de luto depois de uma perda dessas?
    :(

    04/06/2009

    Cinco toques... sete palmos...


    E a piada infame do dia: Bill Kill.

    07/05/2009

    Sempre livre [2]

    Assim como Wolverine, S. Darko (continuação do surreal e sensacional Donnie Darko) vazou na internet. Depois de muitas especulações na web, o filme finalmente será lançado nos Estados Unidos (apenas em DVD), no próximo dia 12 de maio. (*)

    S. Darko, desta vez, será focado na personagem Samantha Darko (irmã do Donnie), interpretada, novamente, pela atriz Daveigh Chase. E antes que perguntem, não. Jake Gyllenhaal não está na sequência.

    Donnie Darko (2001) não entrou em cartaz nos cinemas, mesmo assim se transformou em um dos filmes cults mais populares da década. S. Darko também vai direito para o DVD, mas, pelas críticas que li nos fóruns destinados ao primeiro filme, a sequência deixou os fãs decepcionados.
    Bom, nos resta assistir e criticar. Mas no fundo, no fundo sempre achei que Donnie Darko era bom demais para correr o risco de ter uma sequência "queima filme".



    (*)Graças à Danielle Luciano que me mandou o teaser pela manhã.

    04/05/2009

    Ronaldo!

    A superação do Ronaldo Fenômeno talvez seja a única notícia que consegue concorrer de igual para igual com a gripe suína nos jornais brasileiros. O Fenômeno é pop, claro! Tão pop que cabe registrar aqui um vídeo bem legal que disponibilizaram no Youtube. É uma montagem com o filme Mudança de Hábito (com a Woopy Woopi Goldberg). Confira antes que vire hit da web.

    Off topic - Vem ni mim!





    Ai... veeem!

    Um conto de fadas chamado X-Men Origins

    Quando um roteiro cinematográfico baseado em HQ's vai muito além da sua matriz em quadrinhos é sinal de que algo vai mal. Piora quando lançam um quarto filme de uma... trilogia! Um cinéfilo que nunca folheou uma revistinha da Marvel, provavelmente vai sair satisfeito com X-Men Origins: Wolverine (o quarto lançamento da "trilogia"). O filme cumpre bem seu papel de entretenimento e consegue superar o seu antecessor (X-3). Agora, para os fãs dos heróis-mutantes dos quadrinhos, bem, a história será outra.


    A origem de Jimmy Logan, o Wolverine, só foi contada "nas coxas" em poucas edições da HQ e, diga-se de passagem, pouco tem a ver com a origem proposta na versão cinematográfica. Wolverine é um dos anti-heróis mais queridos dos quadrinhos e conseguiu o mesmo feito para a sua versão cinematográfica (interpretada por Hugh Jackman). A vida de Wolverine sempre foi um quebra-cabeças e tentar montá-lo era o desafio dos fãs das histórias dos X-Men. Eis que surge X-Men Origins: Wolverine, que mastiga todas as informações para que o espectador possa juntar as peças. Um roteiro redondinho para os fãs do Wolverine do cinema. Um roteiro decepcionante para os fãs do Wolverine dos quadrinhos.


    Decepcionante porque Wolverine é um personagem peculiar graças ao grande mistério que ronda o seu passado. Mistério que foi revelado de uma forma romanceada a partir de uma sequência lógica bem distinta da versão dos quadrinhos. (Escrevi sobre as discordâncias entre as origens propostas pela revista e pelo cinema no post abaixo).

    A origem de Wolverine foi tão romanceada que é possível traçar paralelos entre a história do mutante selvagem dos X-Men com os contos de fadas das princesinhas fofas da Disney. Ou ainda, com tanto romance, traição e parentescos improváveis, a história de Wolverine se transforma em prima rica de uma novela mexicana.


    É um filme bom? Sim, tem cenas de luta bem dirigidas e o Wolverine do simpático Hugh Jackman é sempre um personagem legal de se ver em ação. Para quem pouco se importa se foi ou não uma adaptação fiel aos quadrinhos da Marvin, X-Men Origins não vai ser visto como um prato requentado. Para os demais espectadores, ficam duas certezas. A primeira: X-Men no cinema já deu o que tinha que dar. E segunda: o maior erro do filme foi preencher as lacunas que jamais deveriam ter sido abertas no filme anterior.Afinal, tem certas coisas que não deveríamos descobrir, para que nunca percam o encanto.


    A origem de Wolverine do filme x a origem do Wolverine da HQ


    Para preservar a imaginação de quem ainda não viu o filme, os spoilers estão escritos na cor amarela. Para visualizar, selecione as palavras.

    No cinema, a saga de Wolverine foi contada de uma forma diferente da versão original dos quadrinhos. O personagem não foi cria direta de Stan Lee e sim dos autores Len Wein e Dave Cockrum, que assumiram a redação da revista na década de 1970. Nas HQ'S, Jimmy Logan foi abandonado pela família aos 8 anos de idade. Vagando pela floresta, encontrou uma matilha de wolverines (lobos). Ao invés de atacarem Logan, os lobos o adotaram e o criaram como animal.


    Uma década depois, aos 18 anos de idade e já com as garras e ospoderes de regeneração, Logan vive com sua namorada, uma índia chamada Raposa Prateada, que foi morta por Victor Creed (Dentes de Sabre). Antes de se unir aos X-Men do professor Xavier, Wolverine percorreu todos os cantos do mundo, lutou em várias guerras até ser descoberto pelo Governo que o usou para realizar experimentos científicos que, posteriormente, apagaram a sua memória.




    No filme, Wolverine, ainda criança, abandonou sua família após matar seu pai. Descobre-se, logo em seguida, que ele é irmão de Victor Creed (Dentes de Sabre), que o acompanha. Os dois, juntos, viajaram o mundo inteiro lutando em várias guerras. Após algumas desavenças, Wolverine se separa do irmão e segue a vida. Conhece Raposa Prateada que é assassinada por Creed. No entanto, descobre-se que tanto Raposa Prateada quando Dentes de Sabre eram aliados ao Governo e serviram de isca para a captura de Wolverine. Maria do Bairro é para os fracos.




    15/04/2009

    Qual é a música?

    Uma dica para quem adora "aquela música assim lalalala.. lalaa... é um homem quem canta, sabe qualé?". Quem nunca quase morreu para descobrir o nome de uma música legal? Então... tem duas comunidades no orkut que são ótimas para desvendar mistérios musicais. Por mais exdrúxula que seja a sua descrição, sempre tem alguém que consegue descobrir o nome da música que você quer. Aqui ou aqui.

    Ah... tem a comunidade para quem esqueceu o nome do filme também. Aqui.

    11/04/2009

    Van Sant faz cinebiografia justa de Harvey Milk

    “O filme é bom, mas é uma beijação de viados que você não tem noção”. Foi assim que muita gente me definiu Milk – A Voz da Igualdade. Sim, o filme é bom. E sim, “é uma beijação de viados” - altamente justificável no roteiro, diga-se de passagem. E para quem se incomodou: “oi, bem-vindo ao século XXI, mas sua mente ainda está naquela década de 1970, retratada no filme”.
    Mexer com a temática gay no cinema é sempre um desafio. Algumas produções lançam mão de tanta sutiliza que acabam pecando ao desenvolver roteiros tão superficiais, chegando a ser tão puritanos quanto a sociedade a qual pretendiam criticar (Beijando Jessica Stein seria meu exemplo -mor disso).

    Já outras produções querem chocar mostrando cenas de puro sexo hardcore que vulgarizam a questão gay, reafirmando, sem querer querendo, o estereótipo do homossexual promíscuo. A cinebiografia do ativista Harvey Milk, no entanto, consegue homogeneizar (ops, foi mal o trocadilho) esses dois caminhos.

    As (muitas) cenas românticas não seriam nada de mais caso fossem interpretadas por um casal hetero. Direitos iguais? As mesmas cenas de amor para heteros e homossexuais no cinema? O verdadeiro Harvey Milk ficaria orgulhoso do roteirista Dustin Lance Black e do diretor Gus Van Sant por terem o retratado de maneira tão justa como foi a causa pela qual morreu o ativista.

    Um dos grandes trunfos de Van Sant foi conseguir dar um quê documental ao filme ao inserir imagens verídicas (fotografias e reportagens televisivas da época, por exemplo) em seu longa. E claro que não podemos nos esquecer de mais uma interpretação visceral de Sean Penn, um dos grandes responsáveis pela grandeza do filme. Falando em interpretação, também vale frisar o notável trabalho de Emile Hirsch, que interpreta o ativista Cleve Jones. Hirsch, que vem arrancando elogios de críticos desde sua a atuação em Na Natureza Selvagem (dirigido por Sean Penn, inclusive), aparece como uma promessa de um grande ator em um futuro próximo.

    Milk – A Voz da Igualdade ganhou dois Oscars (Melhor Ator, para Sean Penn e Melhor Roteiro Original). Para quem ainda não viu, segue o trailer.

    02/04/2009

    Sempre livre

    Segredo: X-Men Origins: Wolverine, assim como menstruação mal protegida por absorvente vagabundo, vazou ontem. Tem legenda em PT-BR ainda não, mas o avi tá rodando a web inteira. Conta pra ninguém não... 

    01/04/2009

    Drama de Jonathan Demme traz referências do Dogma 95 e talento de Anne Hathaway

    Não tem como assistir O Casamento de Rachel (Rachel Getting Married) sem nos lembrarmos do movimento europeu Dogma 95. Para começar, a própria temática familiar do filme se parece um bocado com o roteiro do dinarmarquês Festa de Família (Dogme 1 - Festen, 1998), longa percursor do Dogma. Claro que O Casamento... não seguiu a risca todo o "voto de castidade" proposto pelo Manifesto Dogma 95, mas se utilizou de muitas de suas regras como o uso da câmera na mão, da iluminação ao natural e dos sons ambientes. 

    Mas as semelhanças com o manifesto não vão muito além. Enquanto que no Dogma o nome do diretor não figura nos créditos, os produtores de O Casamento... não pouparam associar o nome do conceituado diretor Jonathan Demme (vencedor do Oscar de melhor direção por Silêncio dos Inocentes) à pelicula. Além do mais, no próprio trailler, o filme já é classificado como "drama", enquanto que, para o manifesto, são inaceitáveis filmes de gênero (como se isso fosse possível, convenhamos).

    Mas vamos ao filme. Kym (Anne Hathaway)é uma jovem alcoolatra e viciada em drogas que consegue um final de semana de folga da rehab para ir ao casamento da sua irmã, Rachel (Rosemarie DeWit). Sua visita, embora muito celebrada pelo pai, madrasta, mãe e irmã, traz à tona alguns problemas familiares mal resolvidos. A lembrança da morte trágica do irmão caçula (que teve como consequências o divórcio dos pais e o fundo do poço para a jovem drogada Kym) faz com que os membros da família revisitem seus conceitos sobre a vida e, principalmente, sobre seus laços.

    Todos nós temos, já tivemos e sempre teremos conflitos familiares. Por isso, filmes com essa temática sempre tendem a despertar a empatia dos nós, espectadores. O Casamento de Rachel não é uma exceção, mas ao contrário de filmes como Feriados em Família, por exemplo, o longa de Damme não se compromete fazer uma leitura delicada e bem humorada sobre nossas relações familiares. O Casamento de Rachel é agressivo e intenso, assim como são os conflitos de nossas famílias.

    Apesar do ótimo roteiro, o filme se sagra pelos trunfos individuais. A Kym rendeu à Anne Hathaway uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Após estrelar os dois filmes Diário da Princesa e esboçar bons papéis em O Segredo de Brokeback Mountain e o Diabo Veste Prada, Anne finalmente conseguiu mostrar que tem cunhão suficiente para interpretar personagens vicerais. Enquanto isso, Damme consegue fazer um filme de qualidade à altura de seus clássicos O Silêncio dos Inocentes e Philadelphia.


    13/03/2009

    Olha quem tá chegando...

    10/03/2009

    Pré-roteiro dois em um

    Indiscutível sucesso de vendas - e fracasso de críticas-, o trabalho do escritor, amigo do Raul e mago Paulo Coelho vai invadir os cinemas em breve. O diretor Hany Abu-Assad, (Paradise Now) vai filmar o longa baseado no livro Onze Minutos. No elenco estarão a brasileira Alice Braga (Cidade Baixa, Eu sou a Lenda, Ensaio sobre a Cegueira) e o indicado ao Oscar de melhor ator Mickey Rourke (O Lutador,9 1/2 Semanas de Amor).

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    E o departamento de marketing do São Paulo Futebol Clube anunciou ontem a produção de Soberano, documentário que irá retratar os seis títulos brasileiros do tricolor paulista (1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008). O filme está previsto para chegar aos cinemas em setembro de 2009. Soberano está sendo produzido por três nobres torcedores: o diretor Carlos Nader, o roteirista de Maurício Arruda e o cantor e compositor Nando Reis, responsável pela produção musical. Os torcedores que quiserem podem contribuir com qualquer material - vídeo, fotos, etc - através do site oficial da produção.

    08/03/2009

    Culpado ou inocente?

    O filme A Dúvida ( Doubt, EUA) surge no cenário cinematográfico em um momento oportuno quando paira no ar um clima de desconforto dentro da Igreja Católica devido ao aniversário de 150 anos da Teoria de Darwin e as mais recentes polêmicas envolvendo o clero: o bispo inglês que renegou o Holocausto e a Arquidiocese de Olinda e Recife que condenou o aborto realizado por uma menina de 9 anos, vítima de estupro.

     

    O filme de John Patrick Shanley (baseado na peça de teatro também de sua autoria) leva à tona um dos grandes pecados cometidos pela Igreja: a existência de padres pedófilos. O ano é 1964 e a tradicional escola St. Nicholas é dirigido pela rigorosa Irmã Aloysius Beauvier (Meryl Sensacional Streep). O carismático Padre Brendan Flynn (Philip Seymour Hoffman dando show, para variar), que tenta acabar com os rígidos costumes da diretora, mantém uma amizade para lá de suspeita com Donald Miller, o primeiro aluno negro a ser admitido na escola.

    Uma das professoras, a Irmã James (Amy Adams), desconfia que o Padre possa estar abusando sexualmente do garoto e recorre à diretora, que promete averiguar. O padre afirma que a amizade não tem nada de mais e só está ajudando o garoto que, por ser o primeiro aluno negro, encontra-se meio deslocado entre os demais estudantes. Seguindo a máxima de que "todos somos inocentes até que prove o contrário", as duas irmãs iniciam uma angustiante busca pela verdade enquanto compartilham com os telespectadores essa dúvida: o padre é ou não pedófilo? Ficamos, então, solidários à então detestável e amarga Irmã Aloysius Beauvier.

    Concorreu em cinco categorias ao Oscar deste ano (atriz, ator coadjuvante, atrizes coadjuvantes e roteiro). Curiosidade: a apresentadora Oprah Winfrey fez de tudo para interpretar a Sra. Miller (mãe do menino supostamente abusado). Mas o diretor sequer quis fazer um teste com ela escalando para o papel a atriz Viola Davis indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante junto com a colega de elenco, Amy Adams.

    Um tema interessante, um suspense bem sufocante e primorosas interpretações fazem com que A Dúvida seja uma ótima opção de entretenimento e reflexão. Afinal ele era ou não?


    24/02/2009

    ... and the Oscar goes to...

    ... Academy of Motion Picture Arts and Sciences!
    Que supimpa! O Oscar é nosso!

    (Palmas. Muitas palmas)

    "Não esperavámos este Oscar. Uau! Como disseram Penelope Cruz e Kate Winslet, dá muita vontade de desmaiar aqui em cima." (risos). "Gostaríamos de, primeiramente, agradecer a Deus por ter iluminado nossas cabeças ultrapassadas para que pudéssemos, aos poucos, quebrar certos paradigmas já enraizados nessa cultura conservadora que rege esta Academia.

    Gostaríamos de pedir desculpas ao grande Clint Eastwood por termos ignorado sua primorosa direção em seu último filme (A Troca) e não tê-lo escalado para ser um dos indicados".

    (a câmera enquadra Clint que, aplaudido, olha simpaticamente para a Academia)

    "Merecia indicação? Sim! Mas Clint, você não levaria de qualquer jeito, porque este ano foi do Boyle.Falando nisso... imaginem, gente! Quando é que um filme 'anglo-indiano' iria levar 8 Oscar's? Nunca, se não fosse Ele, que iluminou nossas mentes" (levanta a Estatueta e olha para o teto). "Viva Bollywood! Viva a Índia! Viva os filmes que são produzidos fora de nossa Hollywood."


    (palmas. A platéia fica de pé)

    "Tô boba!" (Danny Boyle)


    "Por fim... não é de nosso feitio entregar prêmios póstumos. Isso aconteceria fácil se fosse para, i don't know, Marlon Brando, Paul Newman? Mas para um jovem ator, australiano ainda por cima, que interpretou um personagem em filme do Batman? Não foi por solidariedade à família. Simplesmente acreditamos que o Joker de Heath Ledger conseguiu ser melhor do que, sorry Jack, o Joker dele me surpreendeu mais".

    (a camêra enquadra Jack Nicholson que aplaude e gargalha)

    hahahaha! Shiiiiining!

    "Além disso... se fosse por solidariedade, o prêmio de melhor ator não iria para o Penn né... Mickey? "


    -Ai que susto, pensei que a indireta era para mim, amigo!

    - Hahaahha! Eu também, Brad! Eu também!




    Então, muito obrigado a todos! E aguardem outras traquinagens nossas na 82ª edição, em 2010! See Ya!"
    (palmas)
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    Sim, meus caros. A Academia, em um momento de lucidez, seguiu a mesma sensatez dos Baftas e Globos de Ouros da vida e nos preparou essa surpresa. A festa da entrega foi a mais legal dos últimos tempos. Hugh Jack(show)man arrasou nas suas várias performaces em cima do palco.
    A cerimônia foi mais dinâmica. Menos piadas chatas e mais emoção. Às vezes muito piegas (parecia mais uma colação de grau), mas a emoção ali era bem-vinda, convenhamos.
    A idéia de cinco madrinhas e cinco padrinhos para subirem ao palco e falar de cada indicado aos prêmios de melhor atriz, ator e coadjuvantes foi muito bacana. Conseguiu emocionar todo mundo e fez 10 mulheres estragarem suas maquiagens ao derramarem tantas lágrimas. Penélope Cruz, figurinha fácil em Hollywood, ganha o Oscar por um papel no qual 90% de seus diálogos são em espanhol (e agradeceu, corretamente, ao seu '',mentor'', Pedro Almodovar). A academia "aprendeu" a ler legendas em filmes. Premiou Penelope espanhola e premiou "Quem Quer Ser um Milionário" em hindi. E o mais surpreendente de todos: a academia assistiu ao Batman.
    Em tempo: que cara SACANA esse que dirigia as câmeras para o casal Jolie-Pitt durante a entrada da Jennifer Aniston com o Jack Black, hein? Foi o mico da noite. No mais, a festa foi linda.
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    Vencedores
    Melhor filme: “Quem quer ser um milionário?”
    Melhor ator: Sean Penn - “Milk - A voz da liberdade”
    Melhor atriz:Kate Winslet – “O leitor”
    Melhor diretor: Danny Boyle - “Quem quer ser um milionário?”
    Melhor filme em língua estrangeira: “Departures”, de Yojiro Takita (Japão)
    Melhor canção original: “Jai Ho” de A.R. Rahman – “Quem quer ser um milionário?”
    Melhor trilha sonora original: A.R. Rahman – “Quem quer ser um milionário?”
    Melhor edição: “Quem quer ser um milionário?”
    Melhor mixagem de som: “Quem quer ser um milionário?”
    Melhor edição de som: “Batman – O cavaleiro das trevas”
    Melhores efeitos visuais: “O curioso caso de Benjamin Button”
    Melhor documentário de curta-metragem: “Smile Pinki”
    Melhor documentário de longa-metragem: “Man on wire”
    Melhor ator coadjuvante: Heath Ledger - “Batman – O cavaleiro das trevas”
    Melhor curta-metragem: “Spielzeugland (Toyland)”
    Melhor fotografia: “Quem quer ser um milionário?”
    Melhor maquiagem: “O curioso caso de Benjamin Button”
    Melhor figurino: “A duquesa”
    Melhor direção de arte: “O curioso caso de Benjamin Button”
    Melhor animação de curta-metragem: “La maison en petits cubes”
    Melhor longa de animação: “Wall.E”
    Melhor roteiro adaptado: “Quem quer ser um milionário?”
    Melhor roteiro original: “Milk – A voz da liberdade”
    Melhor atriz coadjuvante: Penélope Cruz - “Vicky Cristina Barcelona”