A origem de Jimmy Logan, o Wolverine, só foi contada "nas coxas" em poucas edições da HQ e, diga-se de passagem, pouco tem a ver com a origem proposta na versão cinematográfica. Wolverine é um dos anti-heróis mais queridos dos quadrinhos e conseguiu o mesmo feito para a sua versão cinematográfica (interpretada por Hugh Jackman). A vida de Wolverine sempre foi um quebra-cabeças e tentar montá-lo era o desafio dos fãs das histórias dos X-Men. Eis que surge X-Men Origins: Wolverine, que mastiga todas as informações para que o espectador possa juntar as peças. Um roteiro redondinho para os fãs do Wolverine do cinema. Um roteiro decepcionante para os fãs do Wolverine dos quadrinhos.
Decepcionante porque Wolverine é um personagem peculiar graças ao grande mistério que ronda o seu passado. Mistério que foi revelado de uma forma romanceada a partir de uma sequência lógica bem distinta da versão dos quadrinhos. (Escrevi sobre as discordâncias entre as origens propostas pela revista e pelo cinema no post abaixo).
A origem de Wolverine foi tão romanceada que é possível traçar paralelos entre a história do mutante selvagem dos X-Men com os contos de fadas das princesinhas fofas da Disney. Ou ainda, com tanto romance, traição e parentescos improváveis, a história de Wolverine se transforma em prima rica de uma novela mexicana.
É um filme bom? Sim, tem cenas de luta bem dirigidas e o Wolverine do simpático Hugh Jackman é sempre um personagem legal de se ver em ação. Para quem pouco se importa se foi ou não uma adaptação fiel aos quadrinhos da Marvin, X-Men Origins não vai ser visto como um prato requentado. Para os demais espectadores, ficam duas certezas. A primeira: X-Men no cinema já deu o que tinha que dar. E segunda: o maior erro do filme foi preencher as lacunas que jamais deveriam ter sido abertas no filme anterior.Afinal, tem certas coisas que não deveríamos descobrir, para que nunca percam o encanto.
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