19/03/2009

Iron Maiden é pop (no bom sentido)


Fábio Roccini (*), fã da banda, escreve um diário de bordo especial para o Eu, Pop. 

São quase 4 horas da manhã e cá estou eu, no saguão do Aeroporto da Pampulha esperando meu voo para o Rio de Janeiro após o meu último show da maratona Iron Maiden "Somewhere Back In Time Tour 2009" (eu ainda estou pensando se ainda rola o show de Brasilia).

Gostaria de agradecer o convite do Eu, Pop para escrever sobre o Iron - minha banda favorita. Mas muitos devem estar se perguntando o que o Heavy Metal tem a ver com o Pop. Eu respondo: se tratando da Donzela de Ferro, muito. Mas pop no bom sentido.

A minha amiga, jornalista e editora deste blog, Rafaela Freitas, em uma conversa (de bar ou de msn?) fez uma analogia boa que sempre reutilizo em minhas conversas de bar e msn: A relação entre fãs e a banda Iron Maiden é a mesma entre torcedores e o time de futebol: buscamos a banda no Aeroporto, gritamos o nome do mascote (Eddie, the head) e sabemos cantar todos os ''hinos'' dos mais de 30 anos de história do Iron. E tratamos cada música anunciada como um gol.

Nutrir uma paixão assim por uma banda é muito pop. As meninas da minha escola nutriam uma paixão pelo Menudo. Minha irmã pelos Backstreet Boys. E eu pelo Iron. A diferença? A paixão pelo Iron já dura 29 anos. Desde 1980, quando lançaram o disco homônimo. Época em que os futuros integrantes de boysband ainda arranhavam a garganta em corais de Igreja plebisteriana.

Mas vamos aos shows? A turnê "Somewhere Back In Time" contempla apenas as músicas dos seis primeiros álbuns da banda que, convenhamos, são os melhores. Neste ano, a banda esticou sua estadia no Brasil pousando em cidades "atípicas" quando se tratam de grandes shows: BH, Manaus e Refice.

Fui ao show do Rio. Impecável, como sempre. Embora seja fluminense, gostei mais dos shows de SP e BH. São Paulo porque é São Paulo. Como tudo acontece melhor por lá, mesmo com atraso de mais de uma hora e chuva. E BH, mesmo com a acústica cagada do Mineirinho, valeu pela expectativa dos fãs mineiros que esperaram, por 29 anos, essa oportunidade. Valeu pelo carinho retribuido pelo Iron Maiden. Ponto alto do show de BH: Bruce Dickinson tocando "Alexander the Great" no apito a pedido da galera. Matou muitos fãs, ao redor do mundo, de inveja.

Iron faz o Heavy Metal ser pop. Mesmo sendo seis cinquentões em cima do palco, nos sentimos um bando de adolescentes descobrindo o rock pela primeira vez. Iron faz bagunça. Bruce é um showman que consegue ter o público nas mãos durante 1h30 de show. Bruce, que também pilota o avião da banda durante as turnês é solidário: em 2008 resgatou turistas ingleses que foram "abandonados" pela empresa área. Nicko McBrain é um "velhinho" simpático, como disse minha mãe.

Iron pára uma cidade inteira simplesmente por serem Iron. A banda é pop e mesmo assim nós, headbangers,morremos de orgulho por termos esse vício chamado Iron Maiden. Termino aqui. Embarco agora de volta para Niterói. Hora de voltar à vida real.






(*) Fábio Roccini é advogado, mas gostaria de ter ser repórter da Rolling Stone na década de 70. É fluminense de Niterói, mas radicado no boêmio bairro de Santa Tereza, Belo Horizonte. Tem 27 anos, 24 deles dedicados ao Iron Maiden, acreditem se quiser. Após 5 meses sem merendar na escola, tatuou o Eddie na perna, aos 16 anos, escondido dos pais.

5 comentários:

Anônimo disse...

já ia criticar este post se tivesse apenas lido o titulo. compartilho com sua paixão. iron rocks. melhor banda do mundo. e q voltem em 2011

Unknown disse...

maravilho relato flávio. paixão pelo rock n roll é para sempre

Unknown disse...

digo, fábio

Fábio disse...

e o melhor show da face da terra. obrigado por terem curtido o artigo. E Rafa, obrigado pela oportunidade

Fábio disse...

upgrade: não vou ao show de Brasilia, mas em 2011 up the iron again.