
Porém, para analisar o Nirvana precisa-se de ir muito além de sua sonoridade. Até os mais radicais irão de concordar comigo que a banda revolucionou sim o rock 'n roll. O Grunge encabeçado pelo Nirvana foi o último movimento musical-cultural que pode ser colocado no mesmo patamar da Beatlemania, do movimento hippie e do movimento punk da década de 70. O tiro na boca de Kurt resvalou não só no movimento das flanelas - que não conseguiu se sustentar mais sem o Nirvana - como também deixou uma sequela gravíssima no cenário rock 'n roll da segunda metade dos anos 90 e começo dos anos 2000: a de achar que o Nirvana foi o supra-sumo da atitude rock 'n roll e que nada mais poderá nos "chocar" na era 15 d.C (depois de Cobian).
Kurt morreu. Nirvana acabou. E o rock, como fica?
Nirvana foi um relevante ícone pop da sua geração. Kurt Cobain saiu "da vida para entrar na história" (VARGAS, Getulio. Carta de Suicidio, 1954). Virou ídolo, mito, protagonista de um movimento e tantas outros rótulos pelos quais o próprio Kurt odiava ser chamado. Nirvana sagrou-se, com inúmeros méritos, uma das bandas mais influentes do primeiro século de rock 'n roll.
No entanto, durante esses quinze anos, fomos atormentados pelo espírito de Kurt Cobain nos fezendo acreditar que não há mais nada de genial para ser criado. Sobrou-nos duas opções: deixar o luto e dar vida a um novo movimento ou sermos, eternamente, órfãos (víúvos) de Nirvana e passar o resto de nosas vidas resmungando que "o rock morreu".
Um comentário:
Sou meio pessimista com essa historia de "novo movimento". o rock morreu e foi bem antes do kurt cobain
Postar um comentário